Primeira gaúcha vacinada contra a covid-19, Eloína Born morre aos 102 anos.
- Orlando Gomes Junior
- 27 de mar. de 2024
- 2 min de leitura
Eloína Gonçalves Born, primeira pessoa a receber uma dose de vacina contra a covid-19 no Rio Grande do Sul, faleceu na manhã desta terça-feira (26), em Porto Alegre, aos 102 anos. Ela recebeu a primeira dose do imunizante no dia 18 de janeiro de 2021, quando tinha 99 anos, em cerimônia realizada no Hospital de Clínicas.
O velório ocorre hoje, a partir das 15h na capela G do Cemitério São Miguel e Almas, no bairro Azenha. A cerimônia de despedida deve ter encerramento por volta das 18h, quando o corpo de Eloína será cremado. A causa da morte não foi divulgada.
Dona Eloína, com era conhecida, era a residente com mais idade do Donna Care Lar de Idosos, onde vivia há muitos anos. Por isso, o Núcleo de Residenciais Geriátricos – Moderna Idade do Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (Sindihospa) a selecionou para ser a primeira gaúcha a receber o imunizante. Na época ela estava prestes a completar cem anos.
Na instituição, tinha uma rotina tranquila: assistia televisão, realizava compras pela internet e gostava de ouvir samba e música sertaneja. Apreciava comer pastel e cueca virada, e, quando podia, brindava com uma cerveja.
Celebração no Piratini
Ao completar cem anos, em julho de 2021, realizou o sonho de conhecer o Palácio Piratini, sede do governo do Estado. Com a presença do governador Eduardo Leite e direito a bolo de aniversário, um policial da Banda da Brigada Militar puxou o tradicional “parabéns para você” no saxofone e ainda tocou um trecho de Cheia de Manias, hit do Raça Negra e uma das músicas favoritas de Eloína.
— Pode ser uma música bem mexidinha — pediu a idosa ao ser questionada por Eduardo Leite sobre qual música deveria ser tocada após o parabéns.
A cerimônia ocorreu no Salão Negrinho do Pastoeiro e motivou Eloína a preparar-se com muito elegância. Com um colete preto por cima da blusa, ela também utilizava brincos e óculos pretos durante o passeio pelo palácio. Na ocasião, ela ainda revelou que não sofreu nenhuma reação adversa à vacina da covid-19 e que no período ainda havia recebido outros dois imunizantes: contra a gripe e pneumonia.
— Ela foi um exemplo para todos nós. Um símbolo desse momento da história que nos permitiu superar a pandemia. Fica para sempre a lembrança da sua alegria —, disse o presidente do Sindihospa, Henri Siegert Chazan.
Em 2023, após receber a dose bivalente da vacina, foi a vez de Eloína abrir as portas do seu lar para Eduardo Leite. O governador visitou o Donna Care para celebrar que a idosa havia concluído o esquema vacinal.
— Visitei ele na casa dele. Agora, ele vem me ver — brincou Eloína na época.
Nascida em 24 de julho de 1921, Eloína Gonçalves Born teve dois filhos – um já falecido –, quatro netos e três bisnetos.








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