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Sucesso nos anos 2000 com "Wherever You Will Go", The Calling realiza show em Porto Alegre: "Muitos não nos levavam a sério"

O show que deveria ter sido realizado em 2022, mas que passou para o ano seguinte. E, depois, para o outro. Nas primeiras duas ocasiões, problemas burocráticos impediram o evento. Já em 2024 houve a enchente no Rio Grande do Sul. Nesta quarta-feira (8), The Calling finalmente irá se apresentar em Porto Alegre com a turnê de retomada — a partir das 21h, no Opinião (veja informações sobre ingressos ao final).


— Foi terrível o que aconteceu no ano passado, uma cidade tão bonita. Nós estávamos a poucos dias de ir para aí, mas não foi possível com a enchente — lamenta Alex Band, vocalista e líder do grupo. — Foi triste não só para os fãs, pois também estávamos muito animados para tocar em Porto Alegre. Será maravilhoso esse encontro finalmente ocorrer.

O superhit "Wherever You Will Go"

The Calling foi criado em 1996, em Los Angeles, por Alex com o guitarrista Aaron Kamin. Antes de chegar ao nome pelo qual ficou conhecida, em 1999, a banda se chamava Generation Gap e, posteriormente, Next Door.


O grupo se projetou ao mundo com o disco de estreia, Camino Palmero (2001), seguindo a linha do pop rock suave e romântico, com baladas radiofônicas — algo na mesma esfera de Matchbox Twenty e Lifehouse.


Além de singles exitosos como Adrienne e Could It Be Any Harder, o álbum trazia o superhit Wherever You Will Go. Naquele começo de anos 2000, a música era onipresente nas rádios e na televisão — não só na MTV como na trilha sonora da novela Coração de Estudante, da TV Globo.



A canção ainda ganharia uma versão curiosa em português chamada Pra Onde Você For, cantada pela dupla Pedro & Thiago (filhos dos cantores Leonardo e Leandro, respectivamente).


Em 2004, a banda lançou o segundo disco, Two, que emplacou o single Our Lives, mas o trabalho obteve um desempenho não mais que razoável. Aaron Kamin deixaria o The Calling na sequência, e o grupo encerraria as atividades em 2005. O projeto só seria retomado, de fato, em 2016.


Batalhas e vitórias

Em entrevista concedida a Zero Hora no ano passado, Alex lembrou que, após a saída de Aaron e a pausa da banda, ele passou a se dedicar à carreira solo.


Após dois EPs e um álbum (que se arrastou para ser lançado por divergências com a gravadora), o vocalista retomou a banda com músicos contratados em 2013. Só que logo no começo da retomada, ele sofreu um sequestro em que foi roubado e espancado. O músico relata que teve "muito trabalho para reconstruir os dentes e a face".


The Calling foi retomado em 2016, mas enfrentou uma batalha judicial: Aaron processou a banda, reivindicando direitos pela marca, e Alex criticou o guitarrista por sumir nas turnês e nunca ter prestado auxílio nas questões administrativas. O vocalista levou a melhor nessa batalha, mas a disputa desgastou os planos da volta.


— Toda batalha legal foi estúpida. Ele nunca venceu. Estou muito feliz que isso tenha passado, pois foi um período difícil, era mais uma razão para eu ter parado de lançar música pelo The Calling, além da minha saúde — disse Alex na entrevista de 2024.


Conexão com os fãs

Alex nasceu com escoliose e foi diagnosticado com Parkinson em 2011. Passou por cirurgias e, nos últimos 10 anos, estima ter perdido sete centímetros de altura. Todas essas batalhas devem estar refletidas no novo disco do The Calling, previsto para sair no primeiro semestre de 2026 pela Virgin Records.


— Houve um momento em que comecei a me questionar se deveria seguir fazendo música. É minha vocação continuar tocando? Continuei insistindo — refletiu na entrevista. — A conexão com os fãs e o amor que trocamos sempre me motivam a subir ao palco. É o motivo de fazer o que eu faço. Sinceramente, também é algo que cura minha mente. Então, preciso disso para me manter são.


Deixando as amarras de lado

Além de Alex, o The Calling é integrado por Daniel Damico (guitarra) e Dom Liberati (baixo). Com essa formação, o vocalista espera lançar novas músicas e realizar turnês todo ano — até o momento, o primeiro single da retomada saiu em 2024, intitulado Stand Up Now. Ele garante: não quer passar novamente 20 anos sem lançar um álbum com o grupo.


— As novas composições têm a mesma pegada das músicas que você ouviu no Camino Palmero. Há uma sonoridade nova ali, mas também queríamos permanecer fiéis ao jeito que The Calling sempre quis transparecer — explica. — Lá atrás, fomos muito pressionados por produtores e outras pessoas para sermos mais pop. Agora deixamos essas amarras de lado.


Para Alex, há uma perspectiva mais favorável para a banda — afinal, agora ele assumiu as rédeas de sua música e da carreira, algo que fugia de seu controle no começo. O vocalista recorda que não podia fazer nada do que realmente ambicionava, tendo que seguir ordens da gravadora de então. Trabalhando com a Virgin, Alex garante que a realidade é outra no presente.


— Agora posso fazer o que quero. Queria que tivéssemos chegado ao público adolescente? Que fôssemos vistos como uma boy band? Não, não queria. Acho que muitas pessoas na época não nos levavam a sério como banda ao vivo ou de rock. Estou ansioso para mudar a perspectiva sobre coisas assim — reflete Alex.

The Calling em Porto Alegre

Nesta quarta-feira (8), às 21h, no Opinião (Rua José do Patrocínio, 834)

Abertura da casa: 19h. Banda de abertura: Lost Obsidian

Classificação: 16 anos. Menores de 16 anos devem estar acompanhados por responsável

Ingressos: a partir de R$ 180 (mediante doação de 1kg de alimento não perecível)

Desconto de 50% para sócios do Clube do Assinante e um acompanhante

Ponto de venda sem taxa: Loja Planeta Surf Bourbon Wallig (Av. Assis Brasil, 2.611), das 10h às 22h

Ponto de venda com taxa: pela plataforma Sympla

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